sábado, 1 de junho de 2013

Alt-J

Joe Newman, à direita, é o vocalista da banda
   Vivemos numa época em que a diversidade de géneros musicais e de diferenças de estilo são cada vez mais acentuadas. A música electrónica assume um papel cada vez mais importante no mundo musical, assim como as grandes variantes do rock. Podíamos enveredar por esse caminho e estar aqui horas e horas a falar sobre os estilos musicais, sobre a influência de cada género na formação de novas bandas, etc, um lote indeterminado de assuntos que, sendo muito subjectivos, levantariam questões e dilemas sobre os quais nunca iríamos encontrar uma resposta. Apetece-me mais falar de "Alt-J"!
   Esta banda é constituída por quatro jovens talentos que contribuem para que a música seja uma arte cada vez mais dispersa. Formado em Inglaterra, este grupo apresenta um estilo muito peculiar. Não seria exagero se disséssemos que Alt-J é uma banda que combina quase todos os estilos "rockeiros". Ao analisarmos cuidadosamente as suas músicas, podemos constatar que surgem sonoridades de todos os tipos, combinadas de uma forma exemplar. Os sons secos e cintilantes que dão alma às faixas são sempre acompanhadas por uma trave mais pesada e melancólica, produzida pelas guitarras e pela bateria. O que por vezes parece um arrastar de melodias, é antes um novo começo na música ou um novo ponto de partida, para que, no final, volte tudo ao início. A grande variedade de sons incorporados nas músicas podem atribuir-lhes um carácter um pouco confuso e incomodativo, mas são de uma profunda lucidez e criatividade. Nada é feito por acaso, tudo é construído de forma criteriosa a fim de construir um ciclo musical, muitas vezes repetitivo mas sublime.
   Este grupo conta apenas com um álbum, lançado o ano passado. O título é "An Awesome Wave" e fez parte da minha lista de melhores de 2012. É um álbum consistente, composto por treze faixas, que nos fazem percorrer um mundo desconhecido. É justo que se considere este projecto genuíno e, de certa forma, único. Uma das melhores músicas é "Breezeblocks", a terceira, seguida por perto por "Tessellate". À medida que o disco se vai aproximando do fim, vai ganhando um estilo mais melancólico que, de alguma forma, corta um pouco com a agitação que as faixas iniciais provocam. É um álbum com grande qualidade, mas que não atinge o grande topo musical. Apesar de ser muito original, apresenta traços que não revelam uma qualidade fora-de-série.
   Partilho com vocês a terceira faixa do álbum, que mereceu um lugar no top 10 de faixas de 2012. Agora, segue-nos esperar para ver o que estes jovens nos podem trazer no futuro... Certamente que não nos desiludirão!


PR