sábado, 31 de janeiro de 2015

Top 10 Álbuns e Faixas de 2014

   O ano de 2014 foi repleto de boa música, com The War on Drugs à cabeça! É, de facto, uma banda espantosa e que não nos pára de surpreender! Tive a oportunidade de os ver no Optimus Alive 2014 e, mesmo sem terem realizado um concerto excepcional, deram a perceber que são grandes artistas e que o álbum do ano passado e o editado em 2011 (Slave Ambient) não são obras do acaso.
   Também é de salientar o grande regresso de Perfume Genius, que nos prendou com mais um álbum muito característico.
   Gus Gus, que já conta com mais de vinte anos de actividade, voltou a editar um disco fantástico, com uma sonoridade mais comercial do que o lançado em 2011 (Arabian Horse) mas mais rico em termos musicais e com uma ambiência inigualável.
   De resto, destaque para o álbum de Mac DeMarco (muito original e bem trabalhado!), de Beck (provocou-nos a vontade de voltar a ouvir Mutations) e de Ariel Pink (ao seu estilo irreverente, volta a encantar-nos).
   Discos como o de La Roux, de Lykke Li e de Broken Bells, que ficaram fora do top, também merecem referência.
   Pela negativa, 2014 marcou-nos com o medíocre álbum de Alt-J (é pena, depois de terem prometido muito com An Awesome Wave) e com a despedida de Royksopp (editaram o seu último álbum - The Inevitable End).

   De seguida apresento a minha lista dos dez melhores álbuns de 2014.

1º - Lost In The Dream - The War on Drugs
2º - Too Bright - Perfume Genius
3º - Mexico - Gus Gus
4º - Morning Phase - Beck
5º - Pom Pom - Ariel Pink
6º - Syro - Aphex Twin
7º - Salad Days - Mac DeMarco
8º - Nikki Nack - Tune Yards
9º - Chiaroscuro - I Break Horses
10º - Atlas - Real Estate

   Relativamente às melhores músicas, o top é o seguinte:

1º - Under the Pressure - The War on Drugs
2º - Crossfade - Gus Gus
3º - Queen - Perfume Genius
4º - Red Eyes - The War on Drugs
5º - Not Enough Violence - Ariel Pink
6º - Silver - Caribou
7º - Heart Is a Drum - Beck
8º - Fool - Perfume Genius
9º - Passsing Out Pieces - Mac DeMarco
10º - Midnight Caller - Jessie Ware



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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Top 10 Álbuns e Faixas de 2013

   O ano de 2013 foi um pouco decepcionante em termos musicais! Foi incomparavelmente pior que 2012, o que dificultou muito a minha escolha do top 10 de melhores álbuns e faixas. Depois de um ano onde tudo foi maravilhoso, que contou com dezenas de álbuns merecedores de um lugar no top 10, a fasquia estava muito alta e, por isso, talvez tenha feito com que considerasse os álbuns de 2013 muito abaixo do normal. No entanto, não deixaram de ser lançados alguns discos muito afirmativos. O álbum de Kurt Vile é exemplo disso mesmo! Burial também não ficou atrás, devido à grande qualidade das duas músicas (extensas!) que compõem o álbum. De resto, de salientar álbuns que ficaram fora do top como o de Phoenix, Baths, Jon Hopkins ou Disclosure. O meu top de álbuns é o seguinte:

1º - "Wakin on a Pretty Daze" - Kurt Vile
2º - "Truant + Rough Sleeper" - Burial
3º - "Loud City Song" - Julia Holter
4º - "Modern Vampires of the City" - Vampire Weekend
5º - "Tales of Us" - Goldfrapp
6º - "Engravings" - Forest Swords
7º - "Psychic" - Darkside
8º - "Interiors" - Glasser
9º - "Big Wheel and Others" - Cass McCombs
10º - "Trouble Will Find Me" - The National

   Relativamente às melhores faixas, o meu top é o seguinte:

1º - "Truant" - Burial
2º - "Air Bud" - Kurt Vile
3º - "Maxim´s I" - Julia Holter
4º - "Rough Sleeper" - Burial
5º - "Wakin on a Pretty Day" - Kurt Vile
6º - "Don´t Lie" - Vampire Weekend
7º - "Paper Trails" - Darkside
8º - "Ljoss" - Forest Swords
9º - "Design" - Glasser
10º - "Entertainment" - Phoenix

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sábado, 1 de junho de 2013

Alt-J

Joe Newman, à direita, é o vocalista da banda
   Vivemos numa época em que a diversidade de géneros musicais e de diferenças de estilo são cada vez mais acentuadas. A música electrónica assume um papel cada vez mais importante no mundo musical, assim como as grandes variantes do rock. Podíamos enveredar por esse caminho e estar aqui horas e horas a falar sobre os estilos musicais, sobre a influência de cada género na formação de novas bandas, etc, um lote indeterminado de assuntos que, sendo muito subjectivos, levantariam questões e dilemas sobre os quais nunca iríamos encontrar uma resposta. Apetece-me mais falar de "Alt-J"!
   Esta banda é constituída por quatro jovens talentos que contribuem para que a música seja uma arte cada vez mais dispersa. Formado em Inglaterra, este grupo apresenta um estilo muito peculiar. Não seria exagero se disséssemos que Alt-J é uma banda que combina quase todos os estilos "rockeiros". Ao analisarmos cuidadosamente as suas músicas, podemos constatar que surgem sonoridades de todos os tipos, combinadas de uma forma exemplar. Os sons secos e cintilantes que dão alma às faixas são sempre acompanhadas por uma trave mais pesada e melancólica, produzida pelas guitarras e pela bateria. O que por vezes parece um arrastar de melodias, é antes um novo começo na música ou um novo ponto de partida, para que, no final, volte tudo ao início. A grande variedade de sons incorporados nas músicas podem atribuir-lhes um carácter um pouco confuso e incomodativo, mas são de uma profunda lucidez e criatividade. Nada é feito por acaso, tudo é construído de forma criteriosa a fim de construir um ciclo musical, muitas vezes repetitivo mas sublime.
   Este grupo conta apenas com um álbum, lançado o ano passado. O título é "An Awesome Wave" e fez parte da minha lista de melhores de 2012. É um álbum consistente, composto por treze faixas, que nos fazem percorrer um mundo desconhecido. É justo que se considere este projecto genuíno e, de certa forma, único. Uma das melhores músicas é "Breezeblocks", a terceira, seguida por perto por "Tessellate". À medida que o disco se vai aproximando do fim, vai ganhando um estilo mais melancólico que, de alguma forma, corta um pouco com a agitação que as faixas iniciais provocam. É um álbum com grande qualidade, mas que não atinge o grande topo musical. Apesar de ser muito original, apresenta traços que não revelam uma qualidade fora-de-série.
   Partilho com vocês a terceira faixa do álbum, que mereceu um lugar no top 10 de faixas de 2012. Agora, segue-nos esperar para ver o que estes jovens nos podem trazer no futuro... Certamente que não nos desiludirão!


PR

domingo, 24 de março de 2013

John Talabot

John Talabot
   Ultimamente tenho-me virado muito para a música electrónica... E tudo começou há cerca de quatro meses atrás quando conheci John Talabot. O facto de ter um blog e de ter optado por eleger os melhores álbuns e faixas de cada ano exige que tenha de acompanhar mais lançamentos de álbuns, que tenha de os ouvir de uma forma mais criteriosa, etc. Isso não invalida que os ouça com o mesmo prazer e paixão de antes... Aliás, até intensifica esses sentimentos! Ao ter de ouvir cada álbum com maior atenção, a fim de o analisar com mais rigor, faz com que descubra certos pormenores musicais que provavelmente não descobriria se ouvisse música de uma forma mais descomprometida. Posso dizer que o último álbum de John Talabot foi um exemplo disso mesmo...
   John Talabot é um produtor musical espanhol que lançou o seu único álbum no ano passado. Ele produziu algumas músicas em 2009, altura em que iniciou a sua carreira musical. É notável a forma como John passou da produção de algumas faixas, produção essa um pouco descomprometida, para a realização de um álbum extenso e sério, que revela já muita maturidade musical. "fIN" é como se intitula o seu último trabalho. É um álbum muito consistente, com músicas que evidenciam uma capacidade técnica soberba e que revelam o lado mais electrónico e criativo de John Talabot.
   "fIN" começa com "Depak Ine", uma música escura e extensa que não podia ser melhor escolhida para iniciar o álbum. A segunda é "Destiny", uma faixa com grande profundidade e com umas passagens espectaculares! Depois até à décima música, o álbum apresenta um estilo semelhante, passando por "Oro Y Sangre", que começa com uns gritos aterrorizadores. A penúltima música é "H.O.R.S.E", música não vocalizada que reúne uns sons estranhos e inquietantes. O álbum fecha de uma forma muito afirmativa, com "So Will Be Now...". Resumidamente, é um disco com muita qualidade, embora à "primeira vista" não pareça. A sonoridade é muito alternativa e custa um pouco a entrar. Mas depois tudo parece familiar e passa a representar um excelente ambiente, em qualquer ocasião.
   Foi sem dúvida uma agradável surpresa conhecer John Talabot. Este recente álbum foi globalmente tido como um dos melhores do ano e como uma das revelações mais positivas. Apresenta, de facto, uma ambiência única e incomparável!

  
PR

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Burial

William Bevan
   O ano de 2012 já passou e este novo ano entrou de pé direito. Isto em termos musicais, claro. O ano de 2012 foi um grande ano de música, com excelentes álbuns e com muita variedade musical. Como já referi no post anterior, Beach House foi a banda que mais se destacou. A acrescentar a isso, tivemos o surpreendente regresso de Dead Can Dance e a afirmação de bandas como Tame Impala ou Chairlift.
   Nestes dois meses de 2013 já foram lançados álbuns de boa qualidade e esperam-se grandes novidades nos próximos tempos! O tão esperado álbum dos The Knife é uma delas!
   Hoje vou falar de Burial. Burial é o nome artístico de William Bevan, um artista inglês. A música que produz é do tipo dubstep, ambient e house music. É um artista um pouco desconhecido e que passa um pouco ao lado da crítica musical, mas não é por isso que deixa de ser bom. Pelo contrário... O facto de ser pouco comercial acaba por tornar o que produz música mais selecta e dirigir-se a um público com melhor ouvido musical.
   Burial já lançou quatro álbuns. O de este ano, "Truant + Rough Sleeper", é um EP com apenas duas músicas. São duas mas parecem mais! A forma como cada faixa se desenvolve, por entre sons e ruídos experimentais, durante mais de dez minutos, dá a ideia de passagem de música, o que não acontece. A complexidade sonora é destacável e as vozes tremidas que se vão ouvindo atribuem um carácter muito alternativo e original às músicas. Aparentemente, o estilo musical de Burial remete um pouco para uma batida comercial e com pouca originalidade. Mas não é nada disso! O som produzido é da máxima qualidade e muito fora do vulgar.
   Penso que neste álbum Burial atingiu o seu ponto mais alto e apresenta um grande potencial que poderá ser aproveitado futuramente, até no lançamento de um álbum mais extenso e mais afirmativo. Por enquanto, ainda anda de pezinhos de lã, com medo de fazer asneira.


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domingo, 13 de janeiro de 2013

Top 10 Álbuns e Faixas de 2012

Beach House
   Tal como fiz no ano passado, irei apresentar uma lista dos melhores álbuns e das melhores faixas que, para mim, dominaram o ano de 2012. Neste último ano houve imensa variedade musical, com vários grupos a querer relançar a sua carreira ao lançarem novos álbuns que o pudesse permitir, e outros a continuarem o excelente trabalho desenvolvido nestes últimos anos.
   É merecedor de destaque o álbum lançado pelos Dead Can Dance, que desde 1996 estavam inactivos. Vieram mais uma vez "agitar as águas" e chamar multidões.
   Ficaram fora do top álbuns também excelentes como é o caso de "The Something Rain" (Tindersticks) e de "Django Django" (Django Django). Assim passo a apresentar o meu top 10 de melhores álbuns de 2012:

1º - "Bloom" - Beach House
2º - "Anastasis" - Dead Can Dance
3º - "Lonerism" - Tame Impala
4º - "Something" - Chairlift
5º - "Shields" - Grizzly Bear
6º - "fIN" - John Talabot
7º - "Visions" - Grimes
8º - "An Awesome Wave" - Alt-J
9º - "Confess" - Twin Shadow
10º - "Born To Die" - Lana Del Rey

   No que diz respeito às faixas optei por escolher somente uma por banda, como aliás se faz em quase todos os top´s. Ficaram fora do top músicas como "Hail Bop" (Django Django), "Blue Jeans" (Lana Del Rey), "Motion Sickness" (Hot Chip) ou "Slippin´ Shoes" (Tindersticks).

1º - "Wishes" ("Bloom" - Beach House)
2º - "Children of the Sun" ("Anastasis" - Dead Can Dance)
3º - "Apocalypse Dreams" ("Lonerism" - Tame Impala)
4º - "Gun-Shy" ("Shields" - Grizzly Bear)
5º - "Destiny" ("fIN" - John Talabot)
6º - "Oblivion" ("Visions" - Grimes)
7º - "Amanaemonesia" ("Something" - Chairlift)
8º - "The Rifle´s Spiral" ("Port Of Morrow" - The Shins)
9º - "Breezblocks" ("An Awesome Wave" - Alt-J)
10º - "When the Movie is Over" ("Confess" - Twin Shadow)


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sábado, 29 de dezembro de 2012

Grimes

Claire Boucher
   Grimes é uma banda recente. Formada em 2009, já editou três álbuns. O seu último é deste ano e tem o nome de "Visions". A grande arquitecta deste projecto é Claire Boucher, uma rapariga canadiana, cujo nome artístico é Grimes. É ela a grande responsável pela elaboração das músicas e conta apenas com mais um ou dois elementos para as pôr em prática. O seu estilo é muito difícil de definir. Entre o electrónico e o rock atravessam-se vários géneros musicais, fazendo assim da sua música uma obra extremamente original e muito experimental.
   Abordando este recente álbum ("Visions"), pode-se dizer que é nele que Claire finalmente demonstra aquilo que é capaz e "sai da toca". Os álbuns anteriores eram um pouco confusos e não marcavam um estilo. Mas este veio colocar Grimes num patamar mais alto e fazer com que fosse visto de outra forma. Ganhou reconhecimento mundial e entrou em vários tops de álbuns de 2012. Para mim decerto que também irá fazer parte dos melhores álbuns do ano.
   O álbum começa com uma música muito progressiva, com uma batida muito animada e com uma vocalização arrastada. A segunda música é "Genesis" e tem um início formidável! Depois vem a terceira, "Oblivion", que é a que eu mais gosto. Na quarta faixa parece que se abre um novo livro e até à sétima regista-se um estilo mais ou menos idêntico, com vocalizações poderosas acompanhadas de sintetizadores e teclados arrepiantes. A partir da oitava música o álbum ganha um contorno um pouco diferente, mais calmo, menos intenso. "Skin" é prova disso mesmo.
   Não conhecia Grimes, mas quando ouvi o álbum deste ano fiquei logo com uma boa impressão e ainda não parei de o ouvir. Apresenta uma sonoridade um pouco estranha à primeira vista, mas depois de se ouvir quatro ou cinco vezes reconhece-se de facto uma grande qualidade e uma originalidade fora de série!
   Aproveito este post para desejar um excelente ano de 2013 e que seja um ano com muita e boa música!


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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Tame Impala

Tame Impala
   Tame Impala é uma banda australiana formada em 2007, constituída por 5 membros. O rock um pouco psicadélico é a marca deste grupo e eles não o negam por nada. Aliás, o líder do grupo, Kevin Parker, é muito defensor desse estilo e de tudo o que faz parte da banda. Ele admite que faz música porque precisa do dinheiro que ela gere, mas isso não faz com que ele não tenha paixão por aquilo que constrói. Kevin assume-se como o líder e o membro mais influente do grupo, afirmando que é ele que decide o rumo que o grupo deve tomar, em qualquer circunstância.
   Já editaram 2 álbuns, um em 2010 e outro em 2012. O mais recente, "Loneirism", foi uma agradável surpresa e é claramente melhor que o de 2010. Continua a ser rock psicadélico mas um pouco mais leve, mais solto, mais inclinado para o dream pop. Todas as músicas têm algo de especial e estão muito bem distribuídas pelo álbum. "Be Above It" é a primeira faixa, que faz com que o álbum entre de bicos de pés. Mas "Endors Toi" (fabulosa!) entra logo de uma forma poderosa e começa a dar definição ao disco. Segue-se "Apocalypse Dreams", uma das melhores, com passagens instrumentais deliciosas. Depois de mais três grandes músicas, vem "Feels Like We Only Go Backwards", a faixa mais animada, com registos extremamente originais. Até ao fim seguem-se mais algumas com um estilo muito semelhante às do primeiro álbum ("Innerspeaker", lançado em 2010) e termina com uma música mais suave e experimental.
   Não será arriscado dizer que esta banda é uma das melhores da actualidade e que o seu trabalho mais recente fará certamente parte de um dos melhores do ano. É um grande gosto ouvir os Tame Impala e aconselho sinceramente que ouçam! Vou partilhar uma música que gosto sempre de ouvir em qualquer circunstância. Faz-me sentir bem!


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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Aimee Mann

   Aimee Mann é uma cantora norte-americana responsável por grandes obras musicais! Nasceu em 1960 e já fez parte de duas bandas: os "Young Snakes" e os "´Til Tuesday". Nestas suas aventuras, editou juntamente com os seus grupos 6 álbuns até aos finais dos anos 80. 
Aimee Mann
   Em 1993 iniciou a sua carreira a solo com "Whatever" e veio fazendo muitos álbuns desde então, nomeadamente "Bachelor No.2" (2000) e "Lost In Space" (2002), que para mim são os melhores álbuns dela. Demarcam-se dos outros por serem álbuns mais consistentes e por representarem o nível máximo de maturidade musical que esta cantora já apresentou. O seu estilo é um pop-rock com uns toques de country, que fazem com que a música que constrói ganhe uma sonoridade muito agradável e relaxante, tendo aqui ou ali uma ou duas músicas mais agitadas e características do rock tradicional.
   Não é por acaso que escolhi este momento para falar desta cantora, pois foi o seu último álbum que me inspirou para tal. O álbum foi editado em setembro e intitula-se de "Charmer". O estilo deste disco é muito parecido com o que Aimee nos tem vindo a habituar, mas é incomparável com as suas melhores obras, até porque não é fácil voltar a fazer um álbum depois de alguns anos de paragem e tendo já ultrapassado o seu ponto mais alto. Mesmo assim este seu novo trabalho não deixa de merecer alguma atenção e de ser motivo de reflexão. Como sempre, adoro ouvir Aimee, independentemente da qualidade dos álbuns, pois é sempre certo que nunca é desastroso o que quer que ela faça.
   "Charmer" tem algumas faixas de grande qualidade, como a primeira - "Charmer" - ou a terceira - "Labrador". À medida que o álbum se aproxima do fim vai perdendo um pouco de força e ganhando mais suavidade, acabando com "Red Flag River", um country autêntico, que nos faz sentir bem. Com 52 anos, Aimee ainda nos alegra!
 
PR
 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Dead Can Dance

Lisa Gerrard e Brendan Perry
   A melhor altura para falar dos Dead Can Dance é certamente esta... Esta banda, que há muito tempo nos enche de coisas boas, voltou a lançar um álbum 16 anos depois! "Spiritchaser" tinha sido o último álbum deles, lançado em 1996. Depois de algum tempo em que Lisa Gerrard e Brendan Perry (os membros da banda) estiveram afastados, voltaram a juntar-se e decidiram editar mais um álbum (coisa que realmente surpreendeu toda a gente!). Mas quem diria que este recente álbum é dos tempos de hoje!? Mas quem diria que este álbum foi feito por um senhor de 53 anos e por uma senhora de 51!? Eles não perderam nada durante este tempo de inactividade e voltaram da melhor forma possível!
   "Anastasis" é um álbum ao nível do que eles já tinham feito na década de 80 e 90, com um estilo musical diferente de tudo o resto! Foram uma das primeiras bandas a ser considerada como uma banda "world music", porque reúnem sons de todos os cantos do mundo e conjugam-nos de uma forma perfeita. Ambos os membros dos Dead Can Dance possuem uma voz irrepreensível e de um poder fora de série! Talvez o grupo deva mais à voz de Lisa Gerrard, porque é realmente fantástica e capaz de registos quase sobrenaturais. Mas por acaso eu gosto mais da voz de Brendan Perry, que é tão poderosa quanto a de Lisa, mas, a meu ver, é uma voz com uma carga emocional maior, ou seja, transmite outro tipo de sensações, que fazem com que seja mais marcante.
   Os sons que eles produzem são realmente admiráveis e nunca ouvidos em mais parte alguma. Utilizam instrumentos muito originais e conjugam os sons produzidos e as vocalizações de uma forma sublime! A banda também conta com mais elementos que vão colaborando e ajudando a produzir as musicas, mas é claramente o casal Brendan e Lisa que dão luz ao grupo.
   Olhando um pouco para trás, os Dead Can Dance foram capazes de editar álbuns inesquecíveis, como "Aion" (1990) ou "Into the Labyrinth" (1993), que contam com faixas excepcionais como "Black Sun" ou "Tell Me About the Forest (You Once Called Home)". Na minha perspectiva o melhor álbum deles é o de 1993, "Into the Labyrinth", porque é o mais consistente e o que reúne músicas mais encantadoras, que nos levam a passear mentalmente pelo mundo inteiro, sempre com uma carga emocional elevada. Mas é sempre muito difícil escolher o melhor álbum de bandas tão boas como esta, que produzem música que nunca irá ser igualada! É impressionante o facto das melhores músicas deste recente álbum nem sequer fazerem parte do top 5 das melhores músicas dos Dead Can Dance, o que revela o grandioso leque de músicas excelentes que este grupo já produziu.
   Não arriscaria em dizer que esta é a minha banda favorita e que é uma banda à parte das outras, que vive num mundo diferente, que faz música extra-planetária! Partilho uma música de "Anastasis" ("Opium") e de "Aion" ("Black Sun").



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